
15 de maio de 2019
A cidadania com o pé no acelerador
A Fundação Volkswagen, braço de Responsabilidade Social do Grupo Volkswagen, está fazendo uma simbiose entre a mobilidade urbana e a mobilidade social. Trata-se de juntar, na mesma plataforma de investimento no campo social, iniciativas voltadas para a melhor utilização do espaço urbano, pacificando veículos e pessoas, e ações inclusivas de cidadania. Nessa linha, por meio de programas educacionais, já foram impactados mais de 2,4 milhões de estudantes e cerca de 28 mil educadores em 1.296 cidades de todo o Brasil. Já os projetos de Desenvolvimento Social somam mais de 948 mil beneficiários diretos; destes, 370 mil somente em 2018.
A imbricação da mobilidade urbana com a mobilidade social tem sua melhor aplicação nas megalópoles. Tome como exemplo São Paulo, uma cidade com 12 milhões de habitantes e 6 milhões de carros nas ruas.
O trânsito caótico faz com que um trabalhador leve em média, segundo pesquisa recente do Ibope Inteligência, nada menos do que três horas em deslocamento para ir e voltar de casa para o trabalho. No caso, é ele quem paga o pato.
Isso sem falar que o tráfego intenso é a esteira para os acidentes, muitas vezes fatais. Com 20 óbitos por 100 mil habitantes, segundo estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil ostenta um incômodo quinto lugar entre os países com maior índice de mortes no trânsito. Em São Paulo, apesar de nos últimos anos a situação ter melhorado, há 6,5 óbitos por 100 mil habitantes. “Os jovens estão entre os mais atingidos por essa triste realidade, na maioria das vezes causada por imprudência, negligência ou imperícia”, explica Daniela de Avilez Demôro, diretora-superintendente da Fundação Volkswagen.
A solução definitiva para o problema ainda está longe de acontecer, principalmente se protagonizada por um grupo cujo sentido de existência é colocar mais e mais veículos nas ruas. No entanto, é bom prestar atenção no Cidadania em Movimento, um programa que está sendo lançado este ano pela Fundação Volkswagen. A iniciativa traz ideias que procuram acomodar o progresso automotivo com a qualidade de vida urbana. A ideia é que os estudantes do programa assumam, de maneira ativa e crítica, o protagonismo de uma mobilidade mais segura e sustentável, de acordo com a realidade de suas comunidades. Em sua dimensão mais social o projeto pretende difundir a consciência e a postura cidadãs, favorecendo a convivência respeitosa, a solidariedade, o respeito a regras, entre outras regras sociais.
Voltado à mobilidade e à segurança no trânsito das grandes cidades, o novo programa substitui o Jogo da Vida em Trânsito, criado em 2012. O objetivo é diversificar as parcerias, aumentar o número de beneficiários e expandir as temáticas para além da segurança viária. Isso inclui outros aspectos relacionados à mobilidade urbana, como cidades inteligentes, planejamento urbanístico e acessibilidade. Iniciativas como a formação para educadores, gestores públicos e estudantes, com foco em prevenção a acidentes viários, planejamento urbano, cidades inteligentes, criativas e sustentáveis, meios de transporte, entre outras questões, podem fazer a diferença. “Investimos em soluções lúdicas e interdisciplinares, a fim de incentivar o protagonismo dos alunos e de toda a comunidade escolar”, explica Daniela Demôro.
O programa até então em vigor, o Jogo da Vida em Trânsito foi extinto, mas deixa um saldo para lá de positivo. Desde 2012, quando foi criado, até o ano passado, o programa teve 1.688 “participantes multiplicadores” e beneficiou 88.088 jovens. Pais, professores, gestores e coordenadores escolares, uma vez capacitados pelo programa, tornaram-se multiplicadores e porta-vozes de conceitos sobre direitos e deveres no trânsito; tudo de forma lúdica e criativa. Os participantes criaram blogs, jogos de tabuleiro, aplicativos, entre outros recursos, para encontrar soluções aos problemas junto às comunidades do entorno onde o programa atuou.
Em fins do ano passado, por exemplo, a Fundação lançou o Moveaê, um game sobre mobilidade urbana, que está disponível gratuitamente para computadores, celulares e tablets, em versões on-line e para download no Google Play e na App Store, além de um formato para impressão para ser jogado como se fosse um tabuleiro. No game, o jogador comanda a evolução do sistema de mobilidade de uma cidade, tomando decisões que permeiam segurança, cidadania, sustentabilidade, qualidade de vida e outros temas fundamentais para a sociedade contemporânea. Voltado para adolescentes e educadores, o game pode ser acessado na área de materiais educativos do site da Fundação.
Na Faculdade de Tecnologia de São Carlos (SP) professores, no âmbito do Jogo da Vida em Trânsito, alunos e outros colaboradores desenvolveram um projeto para a construção de uma faixa de pedestres com elevação. A iniciativa teve êxito e a travessia elevada foi construída em frente à instituição, colaborando para diminuir o número de acidentes.
Em 2018, o projeto foi realizado no Centro Paula Souza, durante os meses de abril e maio, com quatro encontros quinzenais e atividades à distância. Ao final, os participantes desenvolveram um projeto-piloto, que foi aplicado em suas escolas de origem.
Nesse mesmo ano, Fundação Volkswagen assinou um acordo de cooperação com o Governo do Estado de São Paulo para participar do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, que tem como principal objetivo reduzir pela metade os óbitos no trânsito no estado até 2020. Soluções como corredores exclusivos de ônibus, ciclovias e ciclo faixas, veículos compartilhados, integração intermodais e expansão das malhas ferroviária e metroviária estão sendo discutidas para melhorar a segurança e desafogar as principais vias paulistanas. O comitê gestor do Movimento é coordenado pela Secretaria de Governo e composto por mais nove secretarias de Estado.
Em 2019, com o Cidadania em Movimento, uma nova parceria com o Centro Paulal Souza possibilitará a formação de professores em metodologias inovadoras, aplicáveis a projetos voltados à melhoria da mobilidade no entorno das escolas técnicas estaduais e faculdades de tecnologia, administradas pela autarquia paulista. Mobilidade urbana, acessibilidade, educação e segurança no trânsito foram alguns dos temas que despontaram nas discussões dos encontros.
À frente da Superintendência de Planejamento e Projetos da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP), a arquiteta Elisabeth França tem se debruçado à exaustão sobre o problema da mobilidade urbana. Para ela, a solução para o caos urbano do tráfego é a intermodalidade, em substituição à cultura rodoviarista dominante, que negligenciou o transporte público. “Agora, além de melhorar o serviço público, você tem que integrar o modal cicloviário, melhorar as calçadas para os pedestres e convencer algumas instituições a mudarem suas práticas, como a implementação de bicicletários no metrô, por exemplo. Os ônibus também precisam pensar em como ajudar quem usa bicicleta. Enfim, há uma série de desafios”, explica.
Promover iniciativas de mobilidade urbana e, ao mesmo tempo garantir a inclusão social pode parecer iniciativas equidistantes, mas as duas vertentes estão mais próximas do que parecem. Ora, se por um lado a Política Nacional de Mobilidade Urbana tem como princípios a acessibilidade universal, o desenvolvimento sustentável das cidades, a segurança nos deslocamentos das pessoas e a melhoria na circulação urbana, entre outros, seus objetivos também incluem a redução das desigualdades e a promoção da inclusão social.
É nessa simbiose que trafega a Fundação Volkswagen. Na cartilha da instituição a educação é o eixo para a redução das desigualdades e, consequentemente, para a garantia do desenvolvimento sustentável e do exercício da cidadania. Nesse sentido, os projetos visam o oferecimento de oportunidades socioeducacionais que promovam a inclusão de grupos e comunidades em situação de vulnerabilidade socioeconômica, dado que a formação profissionalizante e o incentivo à empregabilidade e ao empreendedorismo são fatores determinantes para a mobilidade.
Um destes projetos inclusivos é o Costurando o Futuro, iniciativa que começou nos arredores da planta Anchieta da Volkswagen do Brasil a partir da ideia de um funcionário da montadora de aproveitar os uniformes usados da linha de produção para um projeto social. O passo seguinte foi identificar membros da comunidade com habilidades básicas em corte e costura e ajudá-los na sua capacitação, de forma a transformar o que era um dom em renda.
Hoje, a iniciativa acontece na região do ABCD paulista, envolvendo os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema, além da capital. De 2009, quando foi criado, a 2017, já foram reaproveitadas 76 toneladas de tecidos, doados pelo Grupo Volkswagen, e capacitados 434 costureiros e costureiras.
Em 2018, a Fundação Volkswagen apoiou diretamente uma rede formada por 46 empreendedores organizados em grupos produtivos e microempreendedores individuais.
Em 2017, o Costurando o Futuro se transformou em loja itinerante, percorrendo shopping centers nos municípios de São Paulo, Santo André e São Bernardo do Campo. As cinco edições da loja social, como é denominada, gerou negócios e renda totalmente revertida para os empreendedores do projeto. No ano seguinte o projeto lançou o Bazar Social. O primeiro aconteceu na sede da Volkswagen Financial Services (VWFS), no Jabaquara, em São Paulo (SP), onde os empreendedores do Costurando o Futuro venderam mais de 120 peças para os funcionários da VWFS e da MAN Latin America, empresas do Grupo Volkswagen. O objetivo é expandir o modelo para outras empresas do Grupo.
No Paraná, o projeto é realizado pelo Governo do Estado do Paraná, Volkswagen do Brasil e Aliança Empreendedora, em parceria com a Academia Burda e a Badu Design, o qual já capacitou 339 empreendedores em costura, design e empreendedorismo. Ao longo das capacitações, os empreendedores do Paraná são convidados a participar de um desafio – o concurso Meu Negócio é Costura – e apresentar ideias de negócios e protótipos de produtos. Os melhores projetos receberão uma máquina de costura idêntica à utilizada no curso, além de materiais e mentoria. A Aliança Empreendedora também oferece curso on-line, com conteúdo que envolve precificação e canais de venda, entre outros.
Pole position do mercado
Com 65 anos de presença no Brasil, a Volkswagen está correndo para conquistar a pole position no mercado automotivo. A nova estratégia da empresa prevê a maior ofensiva de produtos da marca no País, com 20 lançamentos até 2020, fruto de um investimento de R$ 7 bilhões.
Com 15 mil empregados, atuando em quatro fábricas, um centro de peças e escritórios regionais em todo o País, a Volkswagen registrou em 2018 crescimento de 1% nas vendas na comparação com 2017, com destaque para o Brasil. O resultado foi recorde histórico de comercialização em ano marcado pela contração do mercado automotivo global.
A empresa tem o maior portfólio de produtos no País e é a marca
que mais cresce, tanto em vendas como em participação de mercado. É também a maior produtora, com 23 milhões de veículos fabricados, e a maior exportadora da história no Brasil, com 3,7 milhões de carros embarcados.