
4 de outubro de 2023
Com 23 empresas parceiras e orçamento de R$ 5 mi, Agência do Bem atinge 12 mil pessoas
por Valéria Rehder
Fundador Alan Maia explica quais são as formas de apoio empresarial, que podem acontecer com o patrocínio robusto de um projeto específico ou por meio de pequenas cotas mensais. Petrobras e Nubank hoje são as maiores apoiadoras da organização
O desejo de um adolescente de fazer um mundo melhor ajudando os necessitados da vizinhança com iniciativas voluntárias deu início a uma das 50 principais ONGs do país. Fundada estruturalmente em 2005, a Agência do Bem agora atende cerca de 12 mil pessoas, direta ou indiretamente, por ano, em 28 polos comunitários espalhados por seis estados do Brasil e em Braga, Portugal. O trabalho é realizado com um orçamento anual de R$ 5 milhões e o apoio de 23 empresas patrocinadoras, de pequeno, médio e grande porte.
Instigada pelo propósito de transformar a vida de pessoas de baixa renda com educação e cidadania, de forma transparente e sustentável, a Agência do Bem desenvolveu quatro projetos sociais robustos e contínuos, sendo o principal deles a Escola de Música e Cidadania. Além de promover o desenvolvimento humano, a ONG se propõe a ser um braço parceiro das empresas na missão de exercitar o setor social por meio das práticas do ESG.
“Esse é o trabalho do Terceiro Setor. Nós conhecemos as dores e mazelas da população do território. Nós existimos para efetivar esse tipo de demanda em parceria com os setores público e privado”, avaliou o fundador da Agência do Bem, Alan Maia.
Num universo de 800 mil ONGs no Brasil, a Agência do Bem foi reconhecida como uma das 50 melhores instituições não-governamentais brasileiras por meio do ranking da entidade suíça The Dot Good. Alan explica que organização participa desse tipo de classificação há cerca de três anos por entender que boas colocações nessas listas emprestam prestigio, reconhecimento e notoriedade ao trabalho das entidades.
“Nós conhecemos as dores e mazelas da população do território e existimos para efetivar as demandas em parceria com os setores público e privado”

Para Alan Maia, o prêmio deve-se, principalmente, ao fato de a Agência do Bem ser uma instituição altamente profissionalizada, com governança bem estruturada, integridade, transparência, código de conduta, conselhosque discutemtemas estratégicos e uma política de diversidade bem definida. Nesse quesito o destaque fica com a liderança feminina, pois de 60% a 70% das mulheres, ocupam posições da alta gestão.
Nos próximos dois anos, o número de comunidades atendidas deverá passar de 28 para 50. A previsão baseia-se na projeção de orçamento entre R$ 7 e R$ 8 milhões.
Maiores patrocinadoras hoje são Petrobras e Nubank
A maior parte do financiamento tem origem no setor privado, embora alguns possuam interface com o poder público, pois usa recursos incentivados. As parcerias podem se dar de diversas formas, escolhendo um projeto específico, atuando de forma institucional ou colaborando com pequenas cotas mensais.
Hoje os maiores financiadores da agência são a Petrobras e o Nubank. A estatal de energia patrocina parte do projeto Escola de Música e Cidadania, que atende dois mil alunos entre 7 e 17 anos, com aulas de instrumentos, canto coral, teoria musical e cidadania. Com R$ 2,5 milhões, beneficia oito polos no Rio com 400 estudantes e a Orquestra Jovem da Guanabara, formada pelos 40 melhores oriundos dos polos exclusivos da Petrobras. Os projetos beneficiam moradores de Duque de Caxias (RJ), Guapimirim (RJ) e Nova Iguaçu (RJ), entre outros municípios no entorno da Baía de Guanabara, ondea estatal tem atividade importante.
O Nubank atua no projeto nacional com R$ 2 milhões, através da Lei Rouanet. De acordo com Alan, o financiamento do banco é efetuado de forma pulverizada no apoio à iniciativa que oferece educação, com desenvolvimento da cultura e com a cidadania da população.

“O nosso esforço é para que, além da música, o projeto ajude a ampliar o repertório do aluno nas áreas social, cultural, intelectual e ética. Para ser um cidadão atento de seus direitos, deveres e responsabilidades”, esclareceu Alan Maia, destacando que hoje 10 ex-alunos estudam em escolas de ensino superior de música e trabalham com o que aprenderam no projeto.
PMEs recebem selo de contribuição social
Já as empresas de pequeno e médio porte contribuem mensalmente com o programa Empresas do Bem. Nesse caso, as financiadoras recebem um selo de reconhecimento da contribuição social. Por sua vez, o projeto Beirart tem como objetivo gerar trabalho e renda para mulheres da Cidade de Deus, na capital fluminense, com o ensino de técnicas de produção de artesanato e de vendas e empreendedorismo. Para fortalecer as relações entre as organizações do Terceiro Setor no Rio e em São Paulo, foi criada a Rede de Organizações do Bem, que conta com 600 instituições. A meta é capacitar gestores a respeito de boas práticas. Por fim, o Canal Digital promove uma oficina para educação e tecnologia, com aulas de informática e iniciação ao mundo digital.